A GUERRA DAS SALAMANDRAS

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Karel Capek (1890 - 1938) foi um escritor, filósofo e dramaturgo tcheco. Um democrata convicto que pregou contra o Nazismo e Socialismo e, naturalmente, foi perseguido por isso. Karel Capek foi o maior novelista da Checoslováquia. As suas peças de teatro estrearam na Broadway pouco tempo depois da sua estreia em Praga e os seus livros foram traduzidos em várias línguas. Os seus textos são marcados por uma escrita clara e apelativa, que o tornaram um excepcional escritor. A Guerra das Salamandras, por muitos considerada sua melhor obra, não só faz uma paródia, dos dois movimentos, Nazismo e Socialismo, como também denuncia o egoísmo inerente as nações e as relações internacionais. O autor trata as interações humanas e as maquinações políticas com misto de interesse e ironia. Com essa obra prima, Karel Capek fez uma advertência moral ao século XX, ainda válida nos dias de hoje.

Ratings and reviews

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Henrique Fendrich
July 24, 2021
Capek é um escritor extremamente criativo, bastante interessado naquelas questões essenciais e de difícil resposta para a humanidade, como a nossa origem e o nosso destino. Nesse livro, o que a sua imaginação, aliada à sua análise crítica da sociedade, oferece é uma história em que surge uma nova espécie na Terra, um estranho tipo de salamandra marítima que se destaca por uma série de habilidades espantosas e que, como seria de se imaginar, passa a ser explorado pelo ser humano, até que as coisas se voltam contra ele. Acho muito reducionista a visão que enxerga na obra meramente uma alegoria profética sobre a ascensão do nazismo, porque a história não está restrita a um episódio circunstancial da trajetória humana, por mais lamentável que ele tenha sido, mas trata da própria natureza do ser humano. Assim é que, no tratamento dispensado pelos humanos às salamandras, eu pude vislumbrar a história dos povos indígenas na América e depois a dos negros escravizados. Ao mesmo tempo, a obra de Capek permite pensar em certas situações que possivelmente serão vivenciadas no futuro pela humanidade, como a possível descoberta de vida inteligente em outros pontos do Universo ou mesmo a incorporação de robôs ao nosso cotidiano (tema que Capek explorou abertamente no ótimo "R.U.R", aqui traduzido como "A fábrica dos robôs"). Nem mesmo se pode descartar o próprio surgimento de uma nova espécie dominante na Terra (os dinossauros a dominaram por 250 milhões de anos e mesmo assim sumiram). Um dos aspectos interessantes da trama elaborada pelo autor é o modo como a humanidade se aferra a interesses econômicos, comerciais, territoriais e nacionais, por meio dos quais cria um verdadeiro arcabouço de normas legais que pretende sustentar mesmo se disso resultar o próprio o fim do mundo. No livro de Capek, chega-se a um cenário apocalíptico não por meio de forças externas, como a de um meteoro, mas como consequência da nossa cobiça, dos nossos devaneios sobre "honra" e "pátria" e da crença de que o ser humano é algo superior. À parte das importantes reflexões que o livro promove, confesso que considero que ele não teve a estrutura formal mais adequada. A primeira parte me agradou bastante, com pequenos capítulos que não tinham um protagonista, mas se centravam em várias cenas e personagens que, cada um a seu modo, refletiam a chegada das salamandras à realidade humana. Mas na segunda parte essa estratégia foi abandonada e criou-se uma espécie de relatório sobre como era o mundo depois do advento das salamandras, com muitas notas de rodapé representando artigos de jornais e documentos similares, praticamente capítulos à parte, que em determinado momento chegaram a tornar a leitura um tanto cansativa. Pessoalmente, preferia que o livro tivesse continuado com a estratégia da primeira parte, possivelmente com algumas dessas notas de rodapé constituindo pequenos capítulos próprios. De todo modo, é uma leitura bastante instigante e proveitosa.
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About the author

Karel Capek (Malé Svatonovice, 9 de Janeiro de 1890 - Praga, 25 de dezembro de 1938) foi um escritor, filósofo e dramaturgo tcheco. Se tornou inicialmente conhecido pela sua peça realizada em 1921, R. U. R. (Rossum's Universal Robots), onde criou a palavra ROBOT. Nascido em Malé Svatonovice, Boêmia, então parte do Império Austro-Húngaro, em cuja obras de ficção denunciou os perigos do confronto entre o homem e os avanços tecnológicos, os perigos que ameaçavam o mundo moderno se este se deixasse levar pelos excessos do materialismo e do mecanicismo. Foi um democrata convicto, e pregou contra ideologias totalitárias como o Nazismo e Socialismo. Estudou filosofia em diversas cidades europeias até se estabelecer em Praga (1917), onde trabalhou como editor, escritor e jornalista. Na literatura, embora tenha cultivado diversos gêneros, deve sua popularidade sobretudo a suas obras de ficção, suas utopias satíricas e filosóficas, traduzidas para muitos idiomas. Por alguns anos escreveu em parceria com o irmão Josef, como por exemplo em Krakonosova zahrada (1918), coletânea de contos e narrativas de grande interesse humano. Nessa obra, numa história em que humanidade se achava ameaçada por uma máquina de sua invenção, o robot, cunhou a palavra que posteriormente popularizou-se pelo mundo inteiro como nome de uma unidade cibernética. Karel Capek é considerado o maior autor tcheco da primeira metade do século XX. Foi o maior novelista da Checoslováquia e representante do seu espírito democrático. As suas peças de teatro estrearam na Broadway pouco tempo depois da sua estreia em Praga e os seus livros foram traduzidos em várias línguas. Os seus textos são marcados por uma escrita clara e apelativa, que o torna excepcional. Depois da guerra o trabalho de Capek foi relutantemente aceito pelo regime comunista checo, já que enquanto em vida Capek sempre se recusou a acreditar na utopia comunista, como alternativa à ameaça nazista. Morreu em Praga e entre outras obras importantes ficaram a peça dramática R.U.R. (1920), Hordubal (1933), Povetron (1934) e Obycejny zivot (1934), as famosas sátiras Valka smloky (1936) e a peça realista Bilá nemoc (1937), em que conclamava o povo à solidariedade e à resistência contra o nazismo. Capek morreu pouco tempo antes do início da Segunda Guerra Mundial. A sua morte foi resultado de uma pneumonia originada por uma greve de fome e a recusa de viver no seu país, depois dos aliados terem rejeitado ajuda à Checoslováquia para a proteger de Hitler. Crítico corrosivo do fascismo e do nazismo, em sua obra previu as consequências da Segunda Guerra Mundial, que não chegou a presenciar. Com a invasão da Tchecoslováquia pelos nazistas, seu nome se encontrava na lista negra dos inimigos do Reich. Como os nazistas não sabiam da sua morte, foram até sua casa para prendê-lo. Ao serem informados de seu falecimento, prenderam e fuzilaram seu irmão, Josef.

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