É a história de Argemiro, um viúvo rico e respeitado que, tendo jurado fidelidade à esposa em seu leito de morte, decide nunca mais se casar e precisa contratar uma governanta para cuidar de sua casa e de sua filha. Ele contrata uma jovem dentro de estritas regras de convivência e desta situação incomum surgem tensões e os sentimentos. No entanto, a contratação da jovem desperta suspeitas e maledicências na sociedade conservadora da época.
Com um olhar crítico, característico de Julia Lopes de Almeida, o livro aborda temas como o papel da mulher na sociedade do início do século XX, as convenções sociais da época, o luto, a fidelidade e o amor.
A reedição do livro publicado em 1908 teve a ortografia atualizada e conta com notas explicativas para termos e palavras fora de uso.
Julia Lopes de Almeida (1862-1934) nasceu no Rio de Janeiro e morou em Campinas (SP) da infância até a juventude, onde, com o incentivo da família, publicou sua primeira crônica, aos 19 anos, na Gazeta de Campinas. Sua produção literária é ampla, composta de crônicas, contos, peças teatrais, novelas e romances.
Julia era defensora da educação feminina, do divórcio e da abolição do regime escravocrata, temas presentes em suas obras.
Em 1887 casou-se com o poeta português Francisco Filinto de Almeida e tiveram seis filhos: Afonso (jornalista, poeta e diplomata), Adriano e Valentina (ambos falecidos na infância), Albano (desenhista e pintor), Margarida (escultora e declamadora) e Lucia (pianista).
Embora tenha sido uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, Julia não foi aceita entre seus membros pois o regimento da época só permitia homens. Mas foi reconhecida pela Academia Carioca de Letras que a homenageou com a cadeira 26, sendo a única mulher entre os 40 patronos.